segunda-feira, 24 de março de 2008
Jardins imaginários, fome imaginária
Não tenho nada a dizer e nem quero escrever. Apenas tenho fome. Tenho fome e não como. Tenho fome e não posso comer. Tenho fome e não há alimento. Não há alimento para a minha fome. Escrevo porque tenho fome e não posso me saciar. Mas não é escrever o que eu quero. Se bem, que bem ou mal, escrevo o que quero e não quero. Mas eu não quero nada dizer. Porque eu tenho fome de nada... Estou a fugir de mim mesmo pra me encontrar. Sem a esperança de que isso aconteça um dia. Isso não vai acontecer um dia. Nunca vai... Porque eu não tenho fome de nada. Eu não quero nada. Eu não sei o que é querer. E se quero o nada... Eu não estou fugindo pra lugar nenhum. Eu estou apenas sentado em frente a um computador com fome, sem parar de escrever. Nada e porra nenhuma... Eu não gosto de ler, não gosto de poesia, nem de prosa. Não me empurre essa bosta... Sem a esperança de que isso aconteça um dia. Não paro de escrever e de me repetir. Repetir porque tudo já foi dito. De todos as inumeráveis maneiras. Nada ainda foi dito por mim. Mas, não estou a dizer, estou a repetir... então... E isso não vai parar por aqui...
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Um comentário:
"você tem fome de quê?"
E sede?
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